"Não temos vaga. Não tem médico. O caso é muito grave, não dá para tratar aqui".

Imaginem quantas pessoas já ouviram isso. O fato é que a situação da saúde pública no Brasil é lastimável. Porém, um caso chamou a atenção da nossa equipe de produção. Leia.

"Gabriela tinha três anos, filha de João Nonato e Rita. Certa noite, começou a sentir dores no peito e uma forte dor de cabeça. Os pais, foram logo ao posto de saúde do bairro, mas, não tinha médico de plantão.

Partiram para outro, mais uma vez decepção. Sem medicamentos e mal equipado o médico nada podia fazer.

Foram então para o Pronto Socorro. Após esperar quarenta minutos, Gabriela foi atendida.

Algum tempo depois, o médico chamou os pais e disse:

- Ela tem que operar. Não tem jeito. Se não, ela não sobrevive.

Só que naquele momento não tinha cirurgião de plantão. João olhou para sua filha e chorou.

Sem nunca ter sido devoto de Nossa Senhora, ele pediu:

"Eu não tenho a quem recorrer, só a Senhora. Não deixe a minha filha morrer".

As seis da manhã, uma hora antes do seu horário, chegou ao Pronto Socorro o Dr. Mário, cirurgião.

A enfermeira brincou:

- Pulou da cama Dr. ?

Ele respondeu:

-Não dona Socorro, me expulsaram da cama.

-De novo? Essa sua patroa é braba heim...?

- Eu que o diga... Mas uma biguinha de vez em quando até que é bom.

Ao ver a menina, o médico mandou que preparassem imediatamente a sala de cirurgia.

Em poucos minutos a menina estava fora de perigo.

Muito emocionado, João falou:

- Obrigado Doutor. Foi Nossa Senhora que mandou o senhor aqui.

O médico sorriu. E brincou:

- Foi a minha senhora que me mandou aqui João. Você não conhece a peça ..."

O Círio é a maior demonstração de fé do povo paraense porque é feito de histórias assim. Roteiros de cinema, sempre com a mesma atriz principal: Nossa Senhora. Feliz Círio!

10.10.2005

Fonte: Jornal "O Liberal" - edição de 09.10.2005